Maria Terezinha da Silva
A infância de Maria Terezinha ficou para trás cedo, aos 13, quando trocou a interiorana Palmeira dos Índios, em Alagoas, pela gigantesca São Paulo. Deu duro com costura e depois em uma fábrica de tecelagem por anos até mudar radicalmente de vida.
Talvez por coincidência, talvez não, Pedro também era alagoano, mas de outra cidade. O encontro só ocorreu em São Paulo, mas foi fulminante. O casamento durou 56 longos e harmoniosos anos, sem uma briga sequer. O marido sustentava a casa como funcionário público, e Maria Terezinha passou a cuidar do lar e das crianças que viriam. Foram seis: Givanilson, Genivaldo, José Luis, Ubirajara, Ronaldo, Silvio.
Foi dessas mães perfeitas, tranquila e segura na educação das crianças. Em um contraponto ao jeito mais fechado do marido, sua personalidade era mais expansiva. Na cozinha brilhava sua costela, um clássico na família, dividindo os elogios com outros pratos. Tudo o que fazia com as mãos e panelas era bem feito.
Sentia-se realizada nos finais de semana e temporadas passados com a família nas praias de Bertioga quando alugavam casa por lá e depois, quando um dos netos adquiriu uma residência na cidade. Era bom estar perto daquela família crescente; Maria Terezinha teve nada menos que 27 netos. Nos tempos mais calmos, distraía-se costurando e fazendo crochê, um eco daqueles primeiros anos manejando linhas e criando tecidos.
Partiu de uma vida plena e bem vivida, orgulhosa da grande família reunida ao redor de si.