Maria Madalena de Lima

 
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“Ela foi feliz”, resume José Douglas ao falar sobre a vida da mãe. Para alguns, pode até parecer pouco, mas a felicidade bastava a Maria Madalena. Da infância divertida em Rio Largo e Maceió, Alagoas, até a velhice, fazia de tudo para manter o sorriso em seu rosto e no daqueles que amava, mesmo nos momentos mais difíceis. “Não falava das dores para ninguém, para não preocupar. Foi sempre guerreira, tudo queria aguentar sozinha”, conta o filho sobre o câncer descoberto por Maria um ano antes de sua partida.

Não só queria, como conseguiu. Com apenas 13 anos adotou Tiago, filho de uma prima. A maternidade precoce não lhe impediu de viver a juventude, arranjava tempo para frequentar os bailes e as serestas. Nesses vaivéns da vida, aos 17, conheceu Dorgival, e engatou um romance. Viviam entre Maceió, onde era chamada de Fia, e São Paulo, cidade que a conhecia por Dona Lena. Enquanto trabalhavam, anos em cada lugar, construíram também uma família com dois filhos, José Douglas e David.

“Era sempre ela que assumia as broncas, as batalhas. Sem preguiça, sempre disposta”, lembra José Douglas. Maria Madalena nunca teve medo da labuta. Foi uma profissional versátil: trabalhou em restaurante, foi diarista e limpou veículos de uma empresa de ônibus. Encontrava, no entanto, tempo para se fazer presente na vida em família e disponível para os prazeres, como as águas mornas e com cor de esmeralda das praias da Sereia, de Pajuçara e de Ponta Verde, em Alagoas.

Maria foi também uma mulher decidida, dona de seus desejos. Certa feita, voltou a São Paulo divorciada de Dorgival. Na capital, resolveu começar de novo ao conhecer Sérgio e com ele  teve Manoel. A vinda do filho coincidiu com um momento doloroso da vida da alagoana, que sofria com a perda do avô. Sabino fora um verdadeiro pai para ela, e a maternidade salvou-lhe da depressão de sua ausência.

Como se já não tivesse sido mãe tantas vezes, adotou mais uma. Com a sobrinha Andreza, pôde enfim ter a experiência de criar uma menina, novidade em uma trajetória tão marcada pelo afeto masculino. “Ela era uma pessoa que acolhia todo mundo. Adotou dois, mas cuidou de muitos”, conclui José Douglas. Também realizou o sonho de ser avó, com quatro crianças: Diogo, Manoela, Antony e Davi.

Como se pudesse prever que seria seu último, reuniu a família inteira no Dia das Mães. Nem mesmo a dor causada pelo câncer foi capaz de impedi-la de sorrir e de se divertir. Partiu amada por todos aqueles que tiveram o privilégio de estar aos seus cuidados.

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