Celia Regina Antunes Cerdeira Cezarini

 
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Celia tinha apenas 16 anos e esperava ansiosamente pela chance de fazer serviços externos durante seu turno na metalúrgica. Aquelas eram chances de encontrar Robson, então com 17, também ocupado na mesma função, mas em outra fábrica. Naquelas horas felizes e fugazes, os jovens, nos intensos primeiros momentos de um relacionamento que duraria 33 anos, trabalhavam juntos e namoravam.

Talvez já pressentissem ali o início de uma parceria que seguiria praticamente inalterada até o fim. Aquele amor surgira na escola e dois anos depois evoluiu para um casamento. Carlos Henrique, filho único, chegaria após alguns meses. Celia e Robson abriram uma mercearia e depois uma fábrica de peças automotivas, onde seguiram trabalhando juntos. Ela cuidava do setor administrativo, tinha facilidade com números e sabia manter o negócio em ordem.

Quando não estava trabalhando, era movida por uma paixão maior. Jogadora de vôlei amadora, passava a semana entre treinos e competições. Em casa, acumulava medalhas e troféus conquistados como ponteira e líbero, e assistia às partidas na TV. Levava marido e filho para os seus jogos, era esse um dos programas da família. Carlos Henrique acostumou-se desde bebê a frequentar aquelas quadras.

Celia fazia tudo pelo menino, assim como também gostava de ajudar quem fosse, sem esperar nenhum tipo de retorno. Dos amigos sabia todas as datas de nascimento de cor e realizava-se dando a eles pequenos presentes, mesmo os simples. Era conhecida pela atenção especial nesses momentos, mas curiosamente não dava tanta importância às datas e comemorações quando o aniversário era seu.

Viajou muito com Robson, diversas vezes acompanhados por Claudia, irmã dela, e pelo marido, Marco. Uma dessas aventuras os levou à Europa, um inesquecível périplo por Portugal, Itália, Vaticano, Espanha e Malta. Com as malas na volta trouxe ainda mais forte o desejo de visitar a Colômbia. Sonhava com o sol brilhando sobre o mar azul de Cartagena e da Ilha de San Andrés.

Um AVC fulminante interrompeu esses e todos os outros planos de sua breve caminhada, mas aquela vontade não foi esquecida. Robson hoje espera por uma chance de depositar suas cinzas nas águas do Caribe Colombiano, onde em sua imaginação e desejo fora ainda mais feliz.

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