Maria de Lourdes Castro Barreis

 
Obituario - Maria de Lourdes Castro Barreis.png

Maria tinha apenas nove anos quando foi chamada para ir a São Paulo trabalhar. Um primo a conheceu em São Sebastião do Paraíso e, impressionado com a eficiência de Negrinha, seu apelido por toda a vida, a chamou para a cidade grande. Lá cuidaria de uma casa de família, dos afazeres domésticos e de outras crianças como ela. 

Até então, já tinha dado duro também na colheita de café com seus pais nas terras de outras pessoas. Eles tinham mais quatro filhos, mas não conseguiram ficar longe de Maria e poucos meses depois já estavam também em São Paulo, morando na casa ao lado.

A menina seguiu trabalhando em casa de família até a adolescência, quando foi para uma fábrica de algodão. Nessa época conheceu o jovem Brás nas andanças em seu bairro. Casados, foram viver na Vila Maria e tiveram três filhas: Katia, Sueli e Celia. Maria, agora com uma alergia crônica ao algodão, cuidava da casa e das meninas enquanto o marido trabalhava fora.

Educou as meninas do seu jeito, meigo, atencioso, carinhoso e doce. Não muito diferente de como era com o marido e com as pessoas próximas. O amor reinava naquela casa, Brás se declarava para a esposa todos os dias. Ela, comunicativa e dona de uma voz baixinha, falava manso e, delicada, não gostava de encrenca.

Não teve distrações além do trabalho em casa, das filhas e depois das netas. Foram também três: Luiza, Ana Beatriz e Manoela. Fazia sempre o gosto das meninas e as mimou até o último dia. Houve antes muita distração nos tempo dos bingos, gostava de passar a tarde toda lá. Depois que fecharam nunca mais jogou.

Maria conviveu com a infecção crônica na perna. Recentemente foi internada repetidas vezes com erisipela e também com problemas no trato urinário. Na última vez teve a parada cardíaca que a levou. Partiu duas semanas antes do aniversário de 62 anos de casamento. Brás foi estar também com ela apenas dois dias depois da data. Fora amada por ele e por todos.

Marketing Primaveras