Everaldo Paulo de Souza

 
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Quando Everaldo enfim conversou com Edna na igreja, lhe revelou algo curioso. Já rezava por ela há quatro anos, desde que a viu em um ponto de ônibus e sentiu-se iluminado por seu sorriso. Em apenas 12 meses namoraram, noivaram e casaram - o primeiro dos 16 anos passados na companhia um do outro. Seu amor por ela sempre fora verdadeiro e sincero.

Não tiveram filhos, mas juntos criaram João Carlos, fruto de um casamento anterior dela; e para Everaldo um menino seu. Teve ainda mais apego pela neta, Isadora. Realizou com ela algo próximo do seu maior sonho, o de ser pai, e tomado de ciúmes não deixava ninguém se aproximar da menina.

Era querido por muita gente pelo jeito comunicativo e alegre, e pelo impulso prestativo, sempre pronto para ajudar quem fosse. Destacava-se no trabalho assim também desde os 14, primeiro como ajudante de pedreiro, depois em uma fábrica de guarda-chuvas e por fim como vigilante e segurança.

Antes disso sua infância não foi fácil com nove irmãos e um pai que bebia. Mas sempre teve um amor desmedido pela mãe, Francisca. Esteve presente na vida dela e a ajudou como pôde enquanto esteve por aqui.

Everaldo equilibrava paixões sublimes com outras mais terrenas. Cantava e louvava na igreja, dedicado nos assuntos da fé e responsável pela alegria dos companheiros de culto. Mas também apreciava sua cerveja e cachacinha, espírito e matéria no mesmo homem.

Além da vontade de ter filhos, apaziguada com a chegada de Isadora, sonhou em ter uma casa própria e um carro. Deu seus primeiros passos para assumir o volante, mas não houve tempo. Um dia antes de a habilitação ficar pronta após o curso preparatório, por si só uma conquista, foi internado com muita dor.

Em apenas uma semana após o início dos sintomas foi levado por uma pancreatite aguda. O amor e a dedicação de Everaldo com quem amou, e a felicidade que espalhava pelo caminho, hoje dão testemunho de si.

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