Laudinete Félix da Silva
Sempre que precisou escolher, Laudinete decidiu ser feliz. E de tanto querer viver assim, na leveza e na alegria, envelheceu amiga do sorrisos, da dança, da música e dos abraços. E deixou para os seus essa lição, a mais importante da sua vida.
Nasceu em Maceió e, com a irmã, Marinete, viveu em uma casa com criação de porcos e de galinhas. Suas recordações eram de uma infância alegre, entre implicâncias com a irmã mais velha e a chatice da escola.
Na cidade mesmo conheceu o futuro marido, Antonio Felix. Casados, rumaram para o Jaçanã e depois para Guarulhos, uma história feliz e de parceria, ainda que ela eventualmente pegasse no pé dele por causa da bebida. Ela trabalhou em uma tecelagem enquanto ele atuava na Prefeitura de São Paulo como bibliotecário.
Foram sete os filhos deles: José Edson, Jozinira, Joivan, Joseni, Josinete, Jurandir, e José Carlos. Laudinete, nesse momento já conhecida como Dona Nem e Dona Nena, foi presente na educação deles, pegando no pé de cada um com afinco e dedicação.
Os 18 netos, 21 bisnetos e três tataranetas a conheceram carinhosa, de abraço caloroso e dona de muitas histórias. E o melhor, capaz de preparar bolos inesquecíveis e outras delícias culinárias que só as avós parecem dominar.
Laudinete gostava de ver TV, de tomar o seu solzinho, das suas plantas, de acordar e de dormir cedo. Apesar do jeito leve e dos gostos simples, era também dona de uma personalidade forte - quando decidia não gostar de algo ou de alguém era melhor desistir de mudar sua opinião.
Laudinete não conseguiu voltar para sua terra como sonhou. Mas soube preservar a alegria mesmo quando ficou doente. Sua partida foi rápida, levada por uma infecção generalizada; ficaram a saudade da sua alegria, do seu sorriso, da maneira como soube dançar a música da vida.