Edson Antônio Nunes

 
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Nos tempos de metalúrgico e antes de passar a dedicar suas horas exclusivamente à grande família, Edson era conhecido como Mãozinha no bairro. Fez seu nome nos campeonatos de sinuca jogando de um jeito pouco ortodoxo, com uma mão apenas.

Chegara em São Paulo aos 24 vindo de Iguaí, interior da Bahia, onde vivera ajudando o pai na roça com os muitos irmãos. E com o incentivo de um deles, que já havia se instalado e empregado na metrópole, veio também.

Conheceu a primeira esposa, Damares, indo e vindo das pensões onde vivia para os bicos de então. Ela tinha à época 15 anos, e quando enfim casaram deixou os trabalhos no aeroporto de Guarulhos, na Tupperware e em outras empresas para cuidar da casa e dos quatro filhos: Eduardo, Edson Jr., Erik, e Elaine. Edson tornou-se soldador e montador de caminhões para grandes empresas. 

Edson era um sujeito divertido, amante de forró e de viver a vida sem reservas. Levava os filhos para os bailes e topava tudo, com ele não tinha tempo ruim. Quando enfim a separação veio, viveu a mudança com tranquilidade e com as crianças já criadas. Se Edson partiu para outra família, o fez sem abandonar os filhos, permanecendo presente. 

O segundo relacionamento, com Solange, lhes trouxe as filhas Agata e Andressa, antes de também terminar. Edson foi viver com a filha Elaine, também divorciada, e por lá passou seis anos. Era alguém sem malícia ou maldade, e raramente triste. Para Edson tudo estava sempre bom.

Então Zenilda surgiu, nos bailes da vida. Juntos, Edson foi adotado por sua numerosa e festiva família, baiana como ambos. E ajudou a criar a enteada Jamile até a adolescência. Foi feliz com o relacionamento, com a casa cheia, com os almoços e com a fartura. Sempre fora muito ligado à vida familiar.

Edson conheceu três netos. Foi um avô às antigas, dos trocados para balinhas, dos presentes e docinhos nas visitas. Gostava de recebê-los em casa e à sua maneira esteve presente, carinho e amoroso.

Eventualmente separou-se também de Zenilda e após alguns anos com Elaine passou a morar sozinho. Não gostava de ir ao médico e escondia bem o que sentia da família. Quando descobriu-se a infecção urinária já tinha desenvolvido também diabetes e pressão alta. O Alzheimer seguiu e a pandemia de Covid terminou por agravar a situação. Edson partiu após um AVC internado no hospital. Soube amar e também ser amado.

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