Edir Franzon

 
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O paulistano Edir teve a sorte de um infância divertida e feliz, com pião e futebol, e a companhia de seis irmãos. A leveza em relação à vida permaneceu assim, intacta em si, enquanto construía ao redor sua família e os deixava o seu legado.

O trabalho começou cedo, aos 14 como ajudante de serviços gerais ao lado do pai em um cinema do bairro. Boleiro por excelência, entre esse primeiro bico e o emprego definitivo como motorista de transporte coletivo quase virou jogador profissional. Posição: armador. Apelido: Tico Goleiro. Não abandonaria a paixão nem depois. As peladas foram muitas e frequentes, ainda que seguidas de discussões em campo apaziguadas com gargalhadas.

Aos 25 seus caminho cruzou com o de Maria Aparecida em uma festa, o Baile dos Feras. Não mais se desgrudariam. A relação de amor e cumplicidade, e um casamento de 46 anos, gerou três filhos: João Henrique, Ana Paula e Ana Claudia. Para eles, foi exemplar na presença e no jeito amoroso. Na base do esforço e da perseverança, não deixaria nada faltar naquela casa. 

Os netos conheceram alguém tido como o melhor avô do planeta. Como seus pais, Juliana, Henrique, André, Mariana, Filipi e Nicolas viam em Edir um homem forte, corajoso e dono de um coração sem igual. E de uma capacidade de sonhar igualmente prodigiosa. Desejou ver um dos seus atuando profissionalmente no futebol como ele mesmo quase conseguira.

Dividia espaço no seu querer a paixão pela pesca, passatempo favorito com os amigos. Em Edir o bom caráter e a teimosia se equilibravam, com espaço para manias curiosas, como a de, confortavelmente sentado, ficar “pedindo tudo para todos”.

Com o avanço da idade multiplicaram os sustos e idas ao pronto-socorro, mas também aumentou o senso de união familiar ao redor de si. Edir foi levado por um infarto um ano e cinco meses depois de ficar debilitado após outra ocorrência similar. Edir, o Tico da Mariquinha resmungão, descansou sabendo-se amado.

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