Antonio Marcos de Sá

 
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Foram muitas aquelas tardes compartilhadas entre Antonio e seus três filhos em meio aos sons e ao movimento da sua oficina mecânica. As crianças iam para lá depois da escola, uma maneira de estar perto dele. Mais velhos e já tomando conhecimento daquele ofício, seguiram os passos do pai ou foram muito influenciados por ele. Claudio viu-se também mecânico, Antonio Filho encontrou-se na siderurgia e Jackson tornou-se soldador e preparador de veículos.

Esse amor pelo aço, pela alquimia da oficina, é legado do trabalho incansável de Antonio, tanto braçal quanto administrativo. Os filhos lembram também do companheirismo que marcava a relação dele com os funcionários e os seus exemplos de humildade, sinceridade e honestidade não só com eles, mas também com os amigos e com a família.

Antes de se encontrar, Antonio viveu duas décadas em Fronteiras, no Piauí. Foram tempos difíceis ao lado dos dois irmãos e das duas irmãs na vida dura da roça e também do garimpo. Passou alguns anos no Rio de Janeiro antes de se estabelecer em definitivo em São Paulo. Sempre funileiro e sempre empregado, trabalhou em diferentes lugares antes de montar a própria oficina.

Conheceu a futura esposa, Dildelina, quando passeava em Araras. Juntos em São Paulo tinham uma relação tranquila, amorosa e afetiva. Claudio, filho de um relacionamento anterior de Antonio, cresceu com Antonio Filho e Jackson, filhos do casal. A mulher cuidava da casa e dos pequenos.

“Ele foi um excelente pai, a gente não tinha do que reclamar”, conta Antonio Filho. Fechado quando precisava ser, sabia também ser aberto para a família e para as pessoas próximas. Seu maior prazer eram os finais de semana na chácara em Mairiporã. Ali conseguia descansar ao lado dos seus.

Antonio era desses raros privilegiados capazes de dizer ter realizado tudo o que almejaram em sua trajetória. Aos 82 anos coroando uma vida plena, despediu-se após um AVC, o último de uma sequência espalhada por uma década. Foi em paz.

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