Osmar Pereira da Costa

 
Obituario-Osmar-Squarespace.png

Ainda jovem Osmar conheceu na igreja o amor de sua vida, soube disso no ato. Dois anos mais nova, Maria de Fátima vivia no mesmo bairro nunca mais se desgrudariam. Sonhou viver eternamente com a futura esposa e chegou o mais perto disso que alguém pode chegar. A parceria de passeios e carinhos terminou como começou, num abraço sem início e sem fim.

Sete décadas antes disso, Osmar era um menino criativo e curioso na casa onde viviam seus pais e mais dois irmãos. Aos 10 anos inspirava-se no trabalho do pai, na fundição de metais para o Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, e fazia os próprios brinquedos com objetos metálicos. Trabalharia na área a vida inteira.

A empresa que criou depois, Costa Metalurgia, fez peças até para a Caloi. Nas horas vagas Osmar entretinha outra atividade, vendendo doces em um carrinho. Misturava prazer e trabalho revendendo cocadas e doces caseiros que adorava comer.

Maria de Fátima dedicava-se no cuidado com a casa. Não houve filhos, mas sobrou amor por lá. Viajaram muito, gostavam de ir para a praia e de acampar. O carinho entre os dois era palpável, na rotina dos dias e no compartilhamento das paixões dele: filmes de comédia, aventura e desenhos; e música sertaneja e canções de Roberto Carlos.

Se não recebiam muitas visitas em Guarulhos a família morava nas zonas norte e sul adoravam comemorações, festas, casórios. Osmar era a graça de qualquer reunião com seu arsenal de causos e piadas. 

Uma queda banal complicou a vida e rendeu-lhe duas cirurgias e seis meses no hospital, ladeado a todo instante por Maria. Sua esposa só saiu de perto um dia antes de sua partida, quando descobriu em si um tumor. A família conseguiu mantê-los internados no mesmo quarto, mas as doenças já estavam muito avançadas. Osmar partiu abraçado por seu amor e pela sobrinha Renata, iluminado por um inesperado faixo de luz do sol.

Maria desejou ter partido no mesmo momento, mas ainda teve uma sobrevida de cinco meses. A família lembra do amor incondicional dos dois, imaginando-os juntos em uma bela praia. E abrem um sorriso, recordando de uma das piadas favoritas de Osmar:

“Três amigos, um português, um alemão e um carioca em excursão pelo deserto chutam por acaso uma lâmpada mágica. O alemão pede para retornar à Alemanha, rico construindo arranha-céus, e é prontamente atendido. O carioca pede para ser milionário no Rio, cercado de samba e cerveja, e também parte num passe de mágica. O português? Saudoso, pede para que o gênio traga seus amigos de volta.”

Marketing Primaveras