Hideo Kamei
Hideo foi Paulo, Paulinho para os mais chegados na infância em Barueri. Era como o chamavam os cinco irmãos naqueles e em outros tempos.
Habitava em si uma calma particular, um jeito paciente de se colocar e caminhar pela vida. Talvez tenha sido uma das qualidades que despertaram o amor em Célia. Juntos tiveram duas filhas: Carina e Paula.
Ela trabalhava em uma loja de vestidos de noiva e depois do casamento passou a se dedicar inteiramente ao lar e às meninas. Ele sustentava a família como desenhista em escritórios de engenharia.
Os netos não tardaram a chegar, meninos desta vez. Felipe, Rafinha e Matheus foram sua alegria, receptáculo do seu carinho e amor. Felipe chegou a morar consigo e para ele foi pai de novo, cuidando durante a maior parte do dia.
Paulo gostava de se distrair do passar das horas dedilhando no seu violão clássicos dos Beatles e de John Lennon, suas paixões. Ou ainda, torcer pelos pilotos brasileiros nas manhãs de Fórmula 1 aos domingos. Gostava do Palmeiras, o time mais amado por imigrantes como seus pais, e de assisti-los jogando pela TV.
Seu jeito quieto e observador, a fachada de uma personalidade calma e bondosa, faz falta. Mas as liçōes ficaram, paciência e humildade foram o legado para a família daquele homem que soube viver a vida com carinho e leveza.