Francisco Pereira Campos

 
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A ligação de Francisco com a Bahia da sua primeira infância nunca se desfez de todo. Além das visitas anuais, mantidas mesmo após o falecimento da mãe, Helena, preservava na culinária o pé nas suas raízes. Nas ocasiões especiais, quando decidia ir à cozinha, o que saía de lá eram as delícias caseiras e pesadas da sua terra: mocotó, dobradinha, feijoada… Se houvesse bastante carne boiando no feijão melhor ainda.

Trocara Cruz das Almas ainda pequeno por São Paulo com seus quatro irmãos. E também cedo passou a trabalhar na indústria química onde se aposentaria. O casamento com Ivonice lhes daria cinco filhos - Wagner, Wanderlei, Vânia, Anita e André - além de dez netos e de uma bisneta. Francisco foi um pai dedicado e presente, e pegava no pé das crianças, principalmente nos estudos. Queria ver todos em um bom caminho.

Mesmo com o jeito mais fechado, teimoso, e por vezes explosivo, nunca teve problemas para conquistar e conservar muitos amigos. Assim foi até tornar-se evangélico. A conversão o tornou mais caseiro - rumava para casa após os cultos.

No seu lar o lazer eram os jogos do Santos, e as séries e os filmes da TV, especialmente os de ação. Não perdia uma película do Jackie Chan, mesmo que já tivesse assistido dez vezes. A paixão por Hollywood era tanta que não raro Francisco mal dormia, à frente da televisão. E ainda assim, de maneira bastante paradoxal, nunca pisara em uma sala de cinema.

Não alimentava nenhum sonho em especial ou carregava frustrações, mas quando passou a sentir-se mais doente procurou deixar Ivonice bem. Um AVC e uma queda na Bahia agravaram um caso de problemas cardíacos e de nervos, além de pressão baixa. Francisco partiu tranquilo. Cumprira sua missão.

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