Luiz Orlei Florêncio Ribeiro

 
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A sorte sorriu para Luiz mais de uma vez naquele bar onde jogava snooker e tomava o seu conhaque. Na passagem mais importante, viu ali Maria Helena, recém chegada para ajudar na cozinha, baiana como ele. A moça viera de Itajuí para visitar a irmã Dalvinha por um mês apenas, mas com a proposta do bico e agora com aquele amor inesperado, acabou fazendo casa em São Paulo e na sua vida.

O ano era 1995 e Luiz, com 33, já contava ali quase uma década na cidade desde a vinda de Barra de Mendes, onde viveu com os pais e nove irmãos a dura rotina da roça. Na metrópole, especializou-se em abrir poços para a fundação de prédios, antes ainda do surgimento de máquinas para isso. Depois virou pedreiro, elogiado pelo bom serviço. 

Maria Helena teve naquele bar seu primeiro e último emprego, quase como se tivesse surgido apenas para aproximá-la de Luiz. Doravante dedicaria-se à casa. O início daquela vida a dois foi um pouco conturbado, porém. Ele ainda bebia à época, hábito abandonado depois da conversão ao cristianismo evangélico.

Não houve filhos, mas teve netos nos sobrinhos e nas suas relações de afeto. Quando se conheceram, Maria Helena já tinha Alan, filho de outro relacionamento. Isabelle, cria dele com Daiane, foi uma desses netos. Testemunho da abertura familiar, Daiane, agora ex-nora, casou-se novamente, com Cícero, e teve Lorena e Cauã. Os pequenos foram o grande xodó de Luiz.

Foi o vovozinho, preocupado com eles até o fim. Quando estava aborrecido era só ouvir a voz das crianças e seu coração derretia na hora. Converteu-se no arquétipo do avô babão falando dos seus netos.

Distração para Luiz era assistir na televisão o seu Palmeiras jogar. Quando estava descansando e havia alguma partida na TV, era essa a sua diversão. Foi levado pelas complicações surgidas após uma pneumonia e 17 dias de internação. Completara muito antes sua trajetória de crescimento e de aprendizado; e partiu mais amado que nunca.

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