Louis Kimio Furuse Girodat

 
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Louis viveu e trabalhou no Japão por dois períodos com pintura automotiva antes de voltar em definitivo pro Brasil. Por lá fez dinheiro para financiar suas ideias de negócio e sua independência. Deu certo: foi dono de locadora de filmes, de fliperamas e fez a vida mexendo em carros - ficou conhecido como o melhor funileiro da região da Rodovia Presidente Dutra. E sempre foi o seu próprio chefe, como desejou.

Esse impulso empreendedor era antigo nele. Desde os 14 batia ponto na oficina de costura dos pais. A mãe, japonesa, era costureira; o pai, alemão, alfaiate. Louis priorizou a vida profissional até o retorno derradeiro do Oriente, quando conheceu, e se casou, com Paula. 

Tiveram juntos a menina Luiza, mas o relacionamento não durou. Rosália chegou depois, em uma roda de samba no Parque Cecap, em Guarulhos. Viveram e trabalharam juntos até a sua partida, após 11 anos de parceria. Atrás do jeito calado de Louis havia alguém amoroso e generoso. Observador, mas sempre disposto a ajudar. Quem o teve como amigo teve tudo. 

Louis tinha também suas válvulas de escape para o estresse do trabalho: pescar, ir para a praia, fazer churrasco e beber cerveja. Esses eram seus pontos de paz. Aguardava o fim de semana para assar carne na brasa e beber sua gelada, mas se pudesse faria isso todos os dias. As idas frequentes para o mar com Rosália alimentaram até o sonho de uma casa no litoral, mas não houve tempo.

Descobriu um problema cardíaco sério, que poderia ser resolvido apenas com um transplante, e perigoso o suficiente para o levar a qualquer momento. Mas a partida de Louis também se deu nos termos dele, 12 meses após o diagnóstico, nos braços de Rosália. Exatamente como desejara.

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