Carlos Roberto da Silva
Carlos Roberto encontrou a sua turma no moto clube "Clube da Noite", seus companheiros de aventura e sua janela para o mundo. Participava das viagens e dos passeios à bordo do seu triciclo, fascinado por aquele universo de sons, motores e de sentimento de comunidade.
Nascido em São Paulo e filho único, foi criado pela tia Beatriz nos primeiros tempos e depois estudou em um colégio interno antes de voltar a viver com sua mãe, Mafalda, e com o padrasto Olival. Veria Beatriz para sempre como uma segunda mãe.
Sua trajetória profissional foi um tanto variada. Serviu por anos na Aeronáutica, mas depois teve uma fábrica de boxes de banheiro, janelas e portas sanfonadas. Recentemente dirigia um Uber.
Casou-se com Maricleide e com ela adotou um menino, Carlos Roberto Jr., antes de se separarem. Manteve o contato próximo com o menino, sempre acionado nas emergências, e com ele desenvolveu uma relação de afeto profunda. Seu filho também trabalhava como Uber. Com o neto, terceiro portador de seu nome, teve uma convivência muito próxima.
Depois do divórcio voltou a morar com a mãe e com o padrasto. Carlos realizava-se nas idas para Atibaia, onde tinha três primos, e apreciava o lento passar das horas quando ia pescar, um de seus programas favoritos.
A falta de ar que sentia, um problema de longa data, se intensificou após contrair a Covid. Depois de meses internado seu pulmão ficou comprometido demais para resistir a uma volta ao hospital. Carlos partiu, mas nunca estave só.